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Professor de Educação Física como treinador? Sim ou não?

Antes de desenvolver o tema propriamente dito gostaria de fazer um pequeno parêntesis, o professor de Educação Física não é sinónimo de qualidade e de perceber do assunto, leia-se modalidade que treina, porque a questão é pertinente não apenas ao nível do futebol como de qualquer outra modalidade, o professor de Educação Física tem obrigatoriamente de ser sinónimo de qualificação! Qualificação ao nível pedagógico, de saber estar e ensinar os atletas, ao nível do conhecimento do desporto e dos benefícios da prática desportiva, das regras desportivas, do espírito desportivo e por aí fora.

Tenho notado que tem existido um aumento significativo de professores de Educação Física na formação dos clubes e que essa alteração de hábitos tem tido algumas resistências, por parte de elementos que fazem parte da estrutura, por parte de técnicos que possuem os seus graus e qualificações certificadas pelas associações e também por parte de pais dos atletas. Compreendo que quem é treinador há vários anos, em alguns casos praticamente na sua vida inteira, não veja com bons olhos ser substituído por um professor de tenra idade, sem anos e anos de experiencia acumulada de treinos e jogos. Mas convém colocar a seguinte questão e isto sem querer beliscar a capacidade e qualidade das pessoas, porque tenho a certeza que quem dedica grande parte da sua vida ao desporto merece o maior respeito e até admiração, mas a experiencia acumulada é garantia de uma boa experiencia? Claro que não! Eu posso passar anos e anos a fazer as coisas erradas, a não obter resultados, ou não posso? Então não vamos rotular a palavra experiência como uma coisa fundamental para ser bom treinador!

Pessoalmente penso que o professor de Educação Física trás benefícios diretos aos clubes, sobretudo se o trabalho destes incidir na formação. Pelos motivos antes mencionados, este tem a obrigação de educar, ensinar de outra forma, uma forma mais sustentada e adequada ao escalão etário com que trabalha. Esse objetivo está mais ao alcance de quem tem formação de base nessa área do que quem não tem, este ponto parece de fácil entendimento e aceitação.

Para finalizar o assunto vou tocar no ponto que me parece a “chave” do trabalho dos clubes, o da gestão! Aqui devem estar pensados o planeamento, execução e avaliação dos objetivos. Os clubes devem estar organizados para que cada pessoa saiba o seu papel e função e estes devem ocupar as posições com a confiança de quem decide. Estar a mudar todos os anos não é bom e não ajuda aos bons resultados! Assim o treinador deve saber à partida quais os seus objetivos a curto, médio e a longo prazo, o que deve alcançar nessa época e onde se pretende chegar nas próximas.

Em Portalegre talvez existam demasiadas equipas a fazer formação e competição. Esquecendo rivalidades, juntando esforços, a cidade melhoraria, seria mais competitiva e obteria certamente melhores resultados. Os clubes não teriam de desaparecer mas poderíamos ter clubes de formação e outros de competição. É uma ideia…

Com as melhores saudações desportivas,

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