As respostas Vitor Barreto


O treinador de futsal Manuel Vitor Saldanha Barreto, é natural de Elvas, e esteve nas últimas cinco épocas dedicado por inteiro à modalidade. Em jovem foi atleta de futebol nos Clubes da sua cidade, tendo atuado nos palcos da 3.ª Divisão Nacional… O futebol de sala há anos que faz parte da sua paixão. Tendo vindo a participar em vários torneios, onde conquista recentemente como federado o Campeonato Distrital de Futsal Sénior... considera esta conquista como o alcançar “da cereja no topo do bolo”?
Sem dúvida que sim que é "a cereja no topo do bolo" depois de quatro épocas a disputar o campeonato e em duas épocas nas quais tivemos o pássaro na mão e conseguiu fugir por entre os dedos nas outras duas não conseguimos estar tão bem.

Quais eram as expectativas no início da época?
No início da época era obter a melhor classificação possível sabíamos das dificuldades que íamos encontrar e tinha-mos conhecimento que existiam equipas candidatas a serem campeãs e não podíamos ter muitas expectativas porque a nossa equipa é formada com muitos atletas que trabalham por turnos e outros com a vida profissional fora de Elvas, nunca sabia com que jogadores podia treinar ou até convocar portanto não podia ter muitas expectativas de ser campeão, sabendo que tinha uma equipa com muito valor.

Face aos resultados que foram obtendo ao longo da época, em que momento da competição entendeu que eram de forma inequívoca os candidatos à conquista do Titulo?
Nunca pensamos em sermos candidatos ao título, mas a seguir ao jogo contra o Arenense em nossa casa, comecei a pensar que podíamos alcançar o título. Sabia que a equipa tinha muitas capacidades, o grupo estava unido, muito forte e com muito querer.

Na caminhada para o Título de Campeão Distrital... Qual ou quais as fases mais complicadas com que a equipa se deparou?
Tivemos duas fases complicadas, uma no início do campeonato sabia que a equipa não estava bem fisicamente e com várias ausências e não sabia como conseguia reagir nos primeiros jogos e outra já na fase final do campeonato onde começou aparecer o desgaste físico e novamente muitas ausências, mas conseguimos terminar em primeiro e sem derrotas.

Ao longo da época, quais foram os pontos fortes da sua equipa?
A humildade, amizade, o grupo forte que se formou, o querer, nunca darem um jogo por perdido até ao apito final e a maioria dos atletas jogarem juntos á muito tempo.

Como resume os jogos e os resultados da Final da Taça e Supertaça, com a Soujovem?
Os jogos da Taça e da Supertaça contra o Soujovem chegaram na sua segunda fase complicada da nossa equipa, mas foram bem diferentes no da Taça ganhou quem foi mais feliz, no da Supertaça a Soujovem foi superior.

Este ano, pudemos ver que a base da equipa foi constituída pela maioria dos atletas que integraram os primeiros tempos da SIR. Considera que a maturidade destes atletas foi um dos grandes trunfos para a equipa?
Claro que sim, com mais maturidade e pelo conhecimento que existe entre eles no modo de jogarem de cada um e sabem como eu quero que eles joguem, tudo isso nos ajudou.

De que forma foi determinante o regresso de José Coelho à equipa, em relação aos objectivos delineados no início da época?
Foi importante sem duvida o José Coelho é uma mais valia e foi mais a fortalecer o grupo sem precisar de adaptação aos colegas e aos métodos de jogo.

O regresso de José Coelho à equipa… de que forma foi determinante para alcançar a vitória final do Campeonato?
Quando pensamos no José Coelho sabíamos que nos trazia garantia e mais uma solução no aspecto de finalização sector que não tinha muitas soluções e foi mais um ajudar para sermos campeões.

Vamos viajar um pouco ao passado… Como surgiu a possibilidade de integrar o projecto de futsal federado da SIR?
Alguns atletas já faziam torneios pela SIR, então as pessoas que pertencem á parte desportiva e eu em conjunto com o Luís Pires pensamos na possibilidade de avançarmos com um projecto que passava pelo Distrital de Futsal e assim aconteceu. Foi o regresso da SIR ao Distrital porque já tinha participado na época 2002/03.

Neste primeiro ano, por certo que ultrapassou todas as projecções iniciais, na recta final da prova perderam na conquista do Título Distrital. Se o tivessem conquistado, o Clube tinha condições para participar nos Nacionais?
É verdade, ultrapassamos os objectivos em todos os aspectos, pena não termos sido campeões na minha opinião foi a melhor época das equipas que orientei. As condições seriam as mesmas que temos hoje ou mais portanto penso que tínhamos conseguido participar no Nacional.

Como adepto, que leitura faz das perdas e ganhos nos últimos anos dos Clubes Campeões que não aceitaram subir aos Nacionais?
Quando as equipas que são campeãs não sobem fico com a ideia que o Distrito e a modalidade perde muito e passamos a imagem que só temos intenção de jogar o distrital, o que faz pensar novos atletas e equipas a participarem ou não no futsal.

Na percepção do(s) adepto(s), o segundo ano de competição da SIR ia ser o da conquista de mais títulos… neste sentido, porque aceitaram a transferência do José Coelho para o SC Campomaiorense? O que ganhou o Clube?… e o que perdeu o Treinador/equipa?
Não aceitamos a transferência do Coelho porque o processo foi mal conduzido, nós tivemos conhecimento pelo atleta e tudo tentamos para que ele ficasse até ao mês de Dezembro, mas entendemos a posição dele quando o convidaram ofereceram-lhe alguns euros como subsidio e na nossa equipa praticam a modalidade por gosto. O clube foi compensado.
Claro que a equipa e eu com responsável pela mesma ficamos a perder.


O mister Barreto não frequentou os recentes/últimos cursos para Treinadores de Futsal Nível 1, ministrados em Portalegre, o que o levou a não apostar na obtenção desta formação?
Não frequentei o curso de Treinador de Futsal Nivel I, porque o mesmo me ficaria bastante caro, com o valor de inscrição elevado mais as deslocações e como não tenho como objectivo ser treinador remunerado ,nunca teria o retorno da importância despendida.

A ACD Belhó e Raposeira, inscreveu-se para participar nas novas provas dos escalões de formação, na AF Portalegre. Atendendo que a captação de atletas por parte deste clube começou com muita antecedência, porque é que não participaram nas competições?
A captação foi feita e tinhamos a equipa formada, mas quando os miúdos tiveram conhecimento que não podiam jogar futebol 11 e futsal por equipas diferentes, optaram pelo futebol modalidade que já praticam á muitos anos.

Que características técnicas mais aprecia num atleta e num guarda-redes de futsal?
Que seja um jogador de equipa e não individualista, bom caracter, a recepção e o passe. Num Guarda Redes, bom caracter e que comunique com os colegas porque está numa posição chave, concentração e valentia.

O que considera ser o mais importante numa equipa?
Serem humildes, a união, amizade e o querer.

Que evoluções verifica no nosso futsal distrital?
Na minha opinião notasse que os atletas a cada época que passa praticam a modalidade com mais gosto, mais noção da mesma e com mais características de jogadores de futsal, os treinadores e responsáveis das equipas possuem mais conhecimentos, na minha óptica a AFP, Clubes e Arbitragem na sua própria organização não conseguiram acompanhar a evolução da modalidade.

Na sua opinião quais foram os atletas que mais se destacaram esta época?  
Não posso ter uma opinião muito concreta, porque não vi jogos das equipas adversárias sem ser quando jogavam contra nós, mas pelo que consegui ver existem miúdos com futuro na modalidade.

Caso considere que existe um número reduzido de equipas inscritas no campeonato. O que sugere para se alongar a competição?
Sugeria que se fizesse um torneio de encerramento e em cada pavilhão se realizasse uma jornada completa poderia ser uma maneira de divulgar, desenvolver e captarmos mais atletas para a modalidade.

Que opinião tem sobre o actual quadro competitivo do futsal nacional e sobre a extinção da 3.ª Divisão Nacional no final da época 2013/14?
Com os regulamentos que existem não discordo muito dos campeonatos da II e III divisão, já no campeonato da I Divisão terminava com os Play-off. Na época 2014/15 ao acabarem com a III Divisão e pelo conhecimento que tenho é para serem elaborados Séries que favoreçam os Clubes economicamente nas deslocações, se assim for a minha opinião é favorável.

Como “vê” o futuro do futsal no Distrito de Portalegre?
Penso que se deve arranjar uma plataforma entre Clubes e AFP para que uma vez por todas a modalidade consiga dar o pulo que merece, se isso não acontecer muito dificilmente o futsal conseguirá ter muito futuro na AFP.

Qual o potencial do Distrito de Portalegre na modalidade?
O potencial na modalidade passa essencialmente pela formação, mas mais uma vez temos que encontrar uma solução onde os miúdos possam praticar o futebol e o futsal por Clubes diferentes, o futuro passa pelas camadas jovens. Nos seniores a AFP terá sempre uma palavra importante, tentando motivar o regresso dos Clubes e que outros a adiram ao Futsal.

O que nos pode revelar hoje, quanto à possibilidade da ACD Belhó e Raposeira participar no Nacional da 3.ª Divisão da próxima época?
Posso revelar que a possibilidade de participar no Campeonato Nacional da III Divisão é quase uma realidade.

Qual o sistema de jogo que gosta de ver a sua equipa praticar?
O sistema de jogo que mais gosto que a minha equipa pratique é o 1-2-1.

Que episódio(s) jamais irá esquecer em todo o seu trajecto desportivo?
Tenho muitos, mas o que mais me marcou foi num Torneio em Espanha num jogo de uma Final onde um jogador nosso saiu lesionado e o jogo foi a grandes penalidades até ao ponto de todos marcarem e o arbitro obrigou o nosso jogador que saiu lesionado a marcar um penalti e se não o fizesse perdíamos o jogo, ligamos o pé ao atleta, marcou o penalti e fez golo… e ganhamos o Torneio.

O Vitor Barreto enquanto treinador de futsal, que objectivo(s) pretende ainda alcançar?
O objectivo que tinha no pensamento foi alcançado com muita alegria e satisfação agora se for possível, gostava de ter a experiência de um Campeonato Nacional que poderá ser a última época, mas só o tempo vai ou não confirmar se a próxima época será a última como responsável por uma equipa, mas espero ficar ligado ao Futsal.


Para terminar, quero agradecer ao meu amigo João Valente pela oportunidade que me deu e agradecer em meu nome e da ACD Belhó e Raposeira pelo muito que fez e continua a fazer pelo Futsal no Distrito de Portalegre.
Não quero deixar passar esta oportunidade para agradecer a todos os atletas que fizeram parte das equipas que eu orientei e dar mais uma vez os Parabéns aos atletas da minha equipa da presente época pela humildade, pelo grupo e pelo querer.
Aproveito para felicitar todos os Clubes, responsáveis e atletas de todas as equipas que participaram e participam no Campeonato de Futsal desejando que todos juntos possamos fazer do Futsal uma grande modalidade no Distrito.

Um abraço
Vitor Barreto

 
O blog Pixeis de Desporto agradece a disponibilidade do Mister Vitor Barreto para a elaboração deste artigo.

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